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Talvez

Peguei o telefone mais uma vez - essa é minha última tentativa. Disquei o número ... - alô?! - ei, Jorge, tudo bem? Pode falar? - e aí cara, tudo bem sim, correria como sempre né, você sabe! Se for rápido eu posso falar sim, tô na correria do trampo. O que manda? - deixa, é um papo longo. Sabe se a Lisa tá bem? - sei não, desde a festa eu não falei mais com ela. - ah!... Beleza então. Bom trabalho aí! - valeu mano, boa tarde pra você aí. Desliguei. - cara, não pode ser - pensei comigo mesmo - não pode ser mesmo. Ela não iria me ignorar. Talvez ela esteja longe do telefone, ou ocupada. Talvez cozinhando com a mãe dela. Ou então, passeando com os cachorros... Uma voz atrás de mim sussurra: " Talvez ela só não queira mesmo falar com você! " - não, não, não. Sem essa agora, não é um bom momento pra você vir até aqui. " Eu sempre estou aqui e pra dizer a verdade, você sabe bem!" - ok, ok, mas ela me atenderia. Não é possível. "Tudo é possível!" - não com ela. S...

É bom deixar eles saírem pra respirar um pouco!

Lucas era mais velho que eu, tanto na idade quanto no tempo de trabalho. Nós dávamos bem, ele me ajudava bastante com o trabalho, eu escrevia algumas poesias pras namoradas que ele tinha, e trocava toda semana. Eu gostava disso, praticava sempre a escrita e, na verdade, nunca me importei muito com a vida pessoal dele. Sabia muito pouco dela, o máximo que eu sabia era que ele era um cara gente boa, saía com várias garotas e não se dava bem com os familiares. Há uns dois dias eu não ando bem, não tenho ânimo pra muita coisa mais. A confusão de uma existência pífia não consola mais todo peso que tenho carregado nós ombros desde a juventude. - Cara, você tá bem mal né? - disse Lucas - É, eu não estou muito bem mesmo. - Olha, vou te dizer uma coisa, todos temos nossos "demônios" interiores, eles vivem dentro de cada um de nós, e se você não deixar eles saírem um pouquinho que seja, eles também se sufocam. Acho que ninguém gosta de ter isso dentro de si. - Mas, se são...

Adeus.

Era fim de domingo quando meu celular vibrou pela segunda vez em 2 minutos. Olhei de longe, mensagens. Mas quem seria? Há algum tempo não saio de casa. Pego o celular, desbloqueio. - oi - ela diz - tudo bem?. - oi, tudo e você? - respondo - estou bem. precisava falar com você, faz tempo que não nos vemos. - aconteceu algo? - não, não aconteceu nada, eu só preciso desabafar algumas coisas. estou num novo ciclo da minha vida. encerrando algumas coisas e precisava falar com você antes disso. - hmm, pode dizer. - você se lembra que eu gostava demais de você, mas você resolveu ser como seus amigos e me deixou muito chateada. eu sempre esperava muito de você e hoje tenho uma visão totalmente diferente de você. você é igual a todos eles. assim como todos aqueles que me fizeram algum mal. - hmm, era isso? - sim, sei que você não é uma má pessoa, só preciso ver você como eu imagino. algumas coisas da vida te fizeram ter atitudes que eu sei que não são suas, me...

Vida!

Eu demorei muito tempo para conseguir começar a entender algumas coisas, mesmo com muitos amigos dizendo que eu estava, novamente, errado continuei insistindo no que eu queria. Já faziam alguns anos que eu parti da casa de minha mãe e fui para o outro extremo da cidade. Poucos me conheciam ali, era uma chance de começar algo novo, e em meio esse algo novo, conhecer novas pessoas. Devo admitir que não sou bom nisso, mas sempre tentei criar alguns vínculos. Em minha vida, tive algumas grandes paixões, a maioria delas não ficou ao meu lado. Todas estão felizes com seus respectivos parceiros/parceiras ou sozinhos (as). Eu percebi que tinha o costume de melhorar a vida dos outros, amorosamente falando. Todas as moças e rapazes com quem me relacionei, uma hora ou outra encontravam o par perfeito, ou não queriam abrir mão daquilo que haviam conquistado para embarcar em uma loucura amorosa. Por algum tempo eu entendi isso como algo ruim, porém, hoje, vejo que talvez isso tenha tido um ce...

Sobre se desapontar.

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Era tarde quando tudo aconteceu e nada mais do que eu pensasse ou falasse mudaria qualquer coisa que havia acontecido. Peguei meus fones de ouvido, conectei com o celular, a música já estava alta. Ótimo, preciso sufocar os pensamentos.  Naturalmente, todos nós criamos uma certa expectativa em ver as pessoas bem, em ver as pessoas felizes. Mesmo que elas não sejam felizes, esperamos que alguém que gostemos muito esteja bem. Seja um "bem" triste ou feliz. Eu mesmo quase nunca estou feliz, mas não por não gostar da vida ou por estar com qualquer tipo de depressão. Eu simplesmente não sou das pessoas que estão felizes o tempo todo, ou que sempre dão um jeito de ser grato por tudo. Mas se a pessoa for feliz, ok. Contanto que não seja uma falsa impressão ou que ela esteja omitindo qualquer coisa. Com meus fones, caminhei pela calçada da avenida enquanto tentava sufocar meus pensamento com música. O que não foi possível.  Sempre que me desaponto, como foi dessa vez,...

Que bom que você voltou!

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Precisavamos mesmo conversar, que bom que você não se foi. Há coisas que você precisa saber. Coisas que são duras demais para qualquer um saber, então, seja forte. Sente-se e olhe nos meus olhos. Primeiro, esqueça tudo o que está pensando. Esvazie sua mente. Solte o celular em cima da mesa, a mensagem nunca vai chegar, vá viver o que você precisa viver e esqueça a mensagem. Antes de mais nada, não confie em ninguém. Ninguém mesmo. De novo, nunca espere a mensagem. Nunca espere a festa surpresa. Nunca espere nada de ninguém. Abra seus olhos e veja. Você sabe a diferença entre olhar e ver. Abra seus olhos e veja. Nunca mudou, nunca vai mudar, é apenas mais tempo gasto com nervosismo e desilusão! Se puder, ajude. Sempre que for necessário, uma, duas, três vezes. Mas não seja bobo. Algumas pessoas querem ajuda, outras querem atenção. Você vai saber quem quer atenção. Não desista de si mesmo, olhe lá pro fundo do seu coração. Não diga que você nunca vai mudar, por que você vai...

Monólogo

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[ É uma sala escura, há um sofá, uma cadeira e uma lampada sobre um criado mudo, nada mais que isso] Ele entra. Olá, você veio hoje. Talvez amanhã não nos encontrássemos com tanta facilidade, devo dizer a você que as coisas estão cada dia melhores aqui! Sim, sim, estão melhores a ponto de eu desistir de toda noção das coisas materiais e físicas. Mas antes de conversarmos, aceita algo para beber? Algo para fumar? Tenho tabaco também, caso prefira eles ao cigarro. [Ele caminha um pouco em círculos, pega a cerveja que estava no criado mudo, acende um cigarro.] Vamos lá, quero lhe contar as novidades, antes da minha partida. Claro, sabes que vou viajar, não é? É muito provável que eu não volte cá por estas bandas por um bom tempo, por isso pedi para que viesse hoje. Quero atualiza-lo de tudo o que aconteceu nestes dias em que você foi até a casa de sua enamorada. [Ele ri] Digamos que eu finalmente compreendi minha maior teoria, a teoria do Desistir! Vamos, você já deve estar cansado...