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Mostrando postagens de março, 2019

Amanhã.

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Aquela manhã, eu tinha certeza de que algo de bom iria acontecer na vida de muita gente.  Acordei, me arrastei da cama pro banheiro. Escovei os dentes. Lavei o rosto. Olhei pra mim mesmo no espelho e fiquei pensando em 163 formas de dizer que não me odiava e então disse: - eu te odeio. Saí pro trabalho. Caminhando pela rua, bastante movimentada as 6:20 da manhã. Passei em frente a padaria, comprei um pão na chapa, tomei um café. Comprei mais um maço de cigarros e saí em direção ao trabalho. Caminhei alguns quarteirões até chegar no escritório. Sentei na minha mesa e mais uma vez, como todas as outras 365 vezes no ano, respondi que estava tudo bem para todas as 18 pessoas que me perguntavam como eu estava após um bom dia. Coloquei os fones de ouvido, deixei o celular tocar as músicas aleatóriamente. Me lembrei de como gostava de tocar guitarra e como isso me divertia.  Planilhas e mais planilhas. Excel. Photoshop. InDesign. Mais um dia caminhava para o fim....

seguir.

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Eu caminhava por uma rua deserta, um dia desses da semana, nem sei qual dia era. Era noite e estava ventando. Eu caminhava sozinho, apenas com meus pensamentos e mais uma decepção. O vento era gelado era como se cortasse a pele aos pouquinhos. Por sorte tinha a barba que ajudava a aquecer um pouco. Apenas uma bluas de moletom não estava sendo o suficiente para todo o frio que fazia ali. Pelo caminho, passei em frente ao bar do seu Zé. Ele era um velho conhecido que sabia muita coisa sobre mim. Entrei, ele já veio com um sorriso no rosto. - Salve meu querido, vai o de sempre hoje? - Opa seu Zé, hoje eu vou querer algo diferente. Um maço de cigarros e uma garrafa daquele seu licor, aquele que você me serviu uma vez, lembra? - Claro, eu falei que você ia gostar não falei? - Pois é, falou mesmo! Enquanto ele buscava a garrafa, olhei mais uma vez para o celular, para confirmar que havia visto tudo corretamente. Confirmado. - Tá aqui, o cigarro e a garrafa! - Obrigado Seu Zé, pod...

Sozinho.

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Eu me lembro do dia em que entrei por aquela porta, sentei de frente comigo mesmo, segurei minha mão e falei comigo mesmo: "a gente precisa conversar." Era quarta-feira e nada acontecia. O Vazio tomava conta do apartamento todo. Tudo o que eu tinha eram cigarros, algumas garrafas vazias e um vazio que transbordava o peito. Ela sempre chegava de mansinho e sentava-se com uma cerveja ao meu lado. Oferecia um cigarro, dizia como tinha sido seu dia. Mas ela havia ido embora. Me lembro do domingo a noite, quando depois de uma discussão, ela jogou uma garrafa de whiskey 12 anos em cima de mim. Por sorte ela era ruim de mira e a garrafa explodiu a parede. Haviamos discutido por alguma besteira qualquer. Eu não estava bem, minha vida já não tinha sentido e tudo a minha volta era cinza. Ela se divertia e via a vida com cores e com muita vida. Eramos opostos um do outro. Mas aquela foi a primeira vez que a vi brava, bom, e a última também. Aquilo nunca mais passaria. O vazio...

dias cinzas.

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Tenho pensado a quase duas semanas em como faria para começar esse texto sem demonstrar que eu havia desistido da vida ou qualquer coisa parecida a isso. Então, depois de muito pensar eu finalmente começo com um: Hoje eu desisti de tudo, de novo. Hoje, foi um daqueles dias em quevocê não quer acordar, talvez por que fez alguma merda ou alguma coisa do tipo. Ou por que você já desistiu de si mesmo. Já tem algumas semanas que eu resolvi que não iria mais me importar tanto com certas coisas, pessoas, futuro (principalmente com o meu) e tudo isso que deixa a gente bem triste no nosso dia-a-dia. Me lembro de acordar aquela manhã, olhar bem pro lado de fora da janela, ver aquele dia ensolarado brilhante e pensar: - Foda-se. É Segunda-Feira, ela foi embora e não vai mais voltar. Me levantei sonolento, caminhei até o banheiro, ainda tropeçando nas cadeiras e numas garrafas que estavam no chão. Olhei para a cozinha e tinha certeza de ter visto ela ali, usando minha camisa vermelha e sor...

um ultimo adeus

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Hoje fazem 3 dias que não tenho noticias dele. Tenho tentado não pensar em como tudo acabou e em como tudo aconteceu de forma tão errada, mas não por culpa ou por algum desejo de que algo mais aconteça, eu só queria mesmo é que nada tivesse acontecido e que tudo isso fosse uma mentira inventada pela minha cabeça em algum sonho. A culpa não é minha se ele se achava o Shakespeare e fazia drama o tempo todo. Brincadeiras a parte, fiquei o primeiro dia esperando uma mensagem, o segundo esperando uma ligação e hoje, espero que ele esteja bem, apenas. As vezes nós precisamos nos amar mais, e deixar que o outro ame também. Aquilo que lhe for mais conveniente. Seja uma pessoa, um animal ou a si mesmo. Ou então, deixemos que não ame nada. Há aqueles que não amam nada, ou melhor dizendo, há aqueles que querem amar tudo. Ainda me lembro de como pensei nas oitenta e seis formas de começar este texto e tentar não dizer sentimentos que eu não tenho mais, então, resolvi que queria lembrar apenas ...

sobre uma faísca

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Era de costume, para nós, ficamos sentado na sacada conversando sobre as situações da vida, devaneando sobre os sentimentos mais profundos, bebendo qualquer coisa que tivesse na geladeira e fumando alguns cigarros baratos. Aquela noite seria mais uma noite qualquer se não tivessemos entrado naquele assunto especifico. - Lembra - eu disse - aqueles quadros que você pintava? Era tinta óleo, não era? - Era sim - respondeu ela sorrindo. - Pois então, normalmente, eu encontrava alguma coisa de Pollock. Talvez alguma coisa da confusão da vida, talvez até uma certa tristeza nisso, tudo, sabe? - Sei sim. - Eu sei que normalmente, muitos artistas usam a arte para expresar algumas coisas que estão ali dentro, no mais profundo do intimo deles, e que muitas vezes é algo bem pesado e, muitas vezes, até muito triste. - Sim - ela sempre me respondia sorrindo. Ah, aquele sorriso me trazia curiosidades que ninguém além de mim mesmo imaginava. Passar algumas horas com ela, falando sobre qualque...