seguir.
Eu caminhava por uma rua deserta, um dia desses da semana, nem sei qual dia era. Era noite e estava ventando. Eu caminhava sozinho, apenas com meus pensamentos e mais uma decepção. O vento era gelado era como se cortasse a pele aos pouquinhos. Por sorte tinha a barba que ajudava a aquecer um pouco. Apenas uma bluas de moletom não estava sendo o suficiente para todo o frio que fazia ali.
Pelo caminho, passei em frente ao bar do seu Zé. Ele era um velho conhecido que sabia muita coisa sobre mim. Entrei, ele já veio com um sorriso no rosto.
- Salve meu querido, vai o de sempre hoje?
- Opa seu Zé, hoje eu vou querer algo diferente. Um maço de cigarros e uma garrafa daquele seu licor, aquele que você me serviu uma vez, lembra?
- Claro, eu falei que você ia gostar não falei?
- Pois é, falou mesmo!
Enquanto ele buscava a garrafa, olhei mais uma vez para o celular, para confirmar que havia visto tudo corretamente. Confirmado.
- Tá aqui, o cigarro e a garrafa!
- Obrigado Seu Zé, pode marcar ai pra mim?
- Claro meu querido. Já tá marcado!
- Obrigado viu, passo aqui amanhã pra acertar com você!
- Fica tranquilo. Vá em paz, e que Nosso Senhor do Bomfim te acompanhe!
- Assim seja, Seu Zé, assim seja.
Caminhei por alguns quarteirões, sentei-me no meio fio com a garrafa e o cigarro e, encostado no poste, comecei a pensar sobre como minha vida estava cheia de decepções. E como, normalmente, pessoas iam embora, pessoas não se importavam tanto. Cheguei até a pensar em sair caminhando por aquela rua, sem destino, apenas ir sem esperar chegar em algum lugar.
Liguei o celular, e deixei a primeira música que viesse a tocar. Olhei para o céu negro com as inúmeras estrelas e pensei que o problema era todo comigo. E que eu deveria realmente mudar. Eu havia me aberto para as novas experiências e na verdade, as coisas estavam se fechando para mim.
Minha cabeça tornou-se um emaranhado de confusões e perguntas sem nenhuma resposta. Por algumas horas eu tentei me controlar para entender algo e depois de um bom tempo, algumas frases vinham até mim, como que faladas por alguém.
"Ela se foi, isso é um fato. Você deveria absorver isso."
"Ela nunca vai voltar, por que ela nunca esteve aqui de verdade."
"Esquece isso tudo, vai por mim!"
Tomei minha decisão, e enquanto acabava de beber aquela garrafa e acendia mais um cigarro, um aperto no peito, uma dor de cabeça me fizeram olhar de novo para o céu e com isso, senti o vazio se aproximando de novo!
- Obrigado - sussurrei - obrigado por voltar pra perto de mim!
Fechei os olhos, traguei o cigarro, pus meu capus e continuei caminhando sem destino. Estava com os dois reais no bolso, eu e o vazio. Talvez paremos em algum lugar, talvez não nos vejamos mais como nos viamos antes.
Tudo muda,
Tudo evolui.
E uma hora, você precisa só seguir.
Pelo caminho, passei em frente ao bar do seu Zé. Ele era um velho conhecido que sabia muita coisa sobre mim. Entrei, ele já veio com um sorriso no rosto.
- Salve meu querido, vai o de sempre hoje?
- Opa seu Zé, hoje eu vou querer algo diferente. Um maço de cigarros e uma garrafa daquele seu licor, aquele que você me serviu uma vez, lembra?
- Claro, eu falei que você ia gostar não falei?
- Pois é, falou mesmo!
Enquanto ele buscava a garrafa, olhei mais uma vez para o celular, para confirmar que havia visto tudo corretamente. Confirmado.
- Tá aqui, o cigarro e a garrafa!
- Obrigado Seu Zé, pode marcar ai pra mim?
- Claro meu querido. Já tá marcado!
- Obrigado viu, passo aqui amanhã pra acertar com você!
- Fica tranquilo. Vá em paz, e que Nosso Senhor do Bomfim te acompanhe!
- Assim seja, Seu Zé, assim seja.
Caminhei por alguns quarteirões, sentei-me no meio fio com a garrafa e o cigarro e, encostado no poste, comecei a pensar sobre como minha vida estava cheia de decepções. E como, normalmente, pessoas iam embora, pessoas não se importavam tanto. Cheguei até a pensar em sair caminhando por aquela rua, sem destino, apenas ir sem esperar chegar em algum lugar.
Liguei o celular, e deixei a primeira música que viesse a tocar. Olhei para o céu negro com as inúmeras estrelas e pensei que o problema era todo comigo. E que eu deveria realmente mudar. Eu havia me aberto para as novas experiências e na verdade, as coisas estavam se fechando para mim.
Minha cabeça tornou-se um emaranhado de confusões e perguntas sem nenhuma resposta. Por algumas horas eu tentei me controlar para entender algo e depois de um bom tempo, algumas frases vinham até mim, como que faladas por alguém.
"Ela se foi, isso é um fato. Você deveria absorver isso."
"Ela nunca vai voltar, por que ela nunca esteve aqui de verdade."
"Esquece isso tudo, vai por mim!"
Tomei minha decisão, e enquanto acabava de beber aquela garrafa e acendia mais um cigarro, um aperto no peito, uma dor de cabeça me fizeram olhar de novo para o céu e com isso, senti o vazio se aproximando de novo!
- Obrigado - sussurrei - obrigado por voltar pra perto de mim!
Fechei os olhos, traguei o cigarro, pus meu capus e continuei caminhando sem destino. Estava com os dois reais no bolso, eu e o vazio. Talvez paremos em algum lugar, talvez não nos vejamos mais como nos viamos antes.
Tudo muda,
Tudo evolui.
E uma hora, você precisa só seguir.
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