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Mostrando postagens de 2018

O mar.

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Ele caminha calmamente pela orla da praia. Nada parece tirar sua atenção do chão enquanto ele caminha calmamente. Andando sozinho, pensando em tudo ao mesmo tempo, ele encontra e desencontra pessoas. Caminha solitário, acompanhado de todos seus pensamentos, até próximo ao quiosque do hotel onde está hospedado. Entra na areia e caminha por mais alguns metros. Para. Olha para trás e sussurra: - ela não vem. Seu relógio apita, são duas horas da manhã. Nada faz sentido e ele está de frente a imensidão do mar. Continua caminhando calmamente até a beira do mar.  Para.  Fica observando todo o movimento do mar e tentando compreender a organização da quebra das ondas. Um barulho surge, bem ao fundo.  Ele se vira rápido, olha e vê alguém correndo em sua direção. Seu coração acelera, se aquece e o desejo de que seja ela é maior que qualquer outro pensamento. Com a proximidade da pessoa, ele se vira, abre um sorriso e espera que ela chegue direto nos seus braços.  Mal...

mais um sem nome.

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tenho conversado comigo mesmo diariamente  e isso nem sempre é legal. 70% do tempo brigamos 15% nos estranhamos 15% ele acha que está certo e a cada dia que passa, ao me olhar no espelho,tenho visto que sou eu, falando abertamente comigo mesmo de forma uma forma que eu nunca falei antes. as vezes precisamos ser sinceros com a gente mesmo  e tudo bem errar nas decisões. concordamos que nunca vamos acertar sempre. outro dia ele me olhou, eu estava triste, em plena terça-feira. revirou os olhos, disse em um tom sarcástico: de novo?. acenei com a cabeça, apenas. é pelo mesmo motivo das outras vezes? acenei com a cabeça de novo.  então começamos a discutir novamente.  ele diz entender mas não entender completamente. eu explico. ele balança a cabeça em sinal de renuncia, e diz uma frase que eu já tinha ouvido em algum lugar antes. "qualquer outra pessoa só vai entender as suas ações quando passarem pela mesma coisa que você, com a mesma cabeça que vo...

sobre um despertar

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eu tenho feito um exercicio diário       que tem me dado muitos resultados tenho falado comigo mesmo. passei, na segunda-feira, uma hora e meia  olhando pro espelho e falando comigo mesmo. não emiti uma palavra, apenas conversas telepáticas. o brilho nos olhos do meu eu no espelho  me diziam exatamente o que eu não esperava. "é isso, eu sei. eu te entendo." na terça-feira tivemos uma DR e quase brigamos. mas na quarta estavamos lá de novo,  mais uma hora de conversa. eu me entendia olhando nos olhos dele. foi ai que eu despertei. na quarta-feira,   pós crise eu compreendi. compreendi o mais dificil pra mim.  porém, o que eu precisava. e enquanto isso faz todo sentido pra mim pra você, que está lendo, não fará. por anos desisti e fui alguém que eu não sou. me entreguei a necessidade de se estabelecer em sociedade me entreguei ao consumismo e as novas tecnologias quando tudo o que eu queria era só estar me sen...

sobre sentir.

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Era tarde da noite, todos dormiam ,e u continuava sentado a beira do prédio da marginal. acabei de receber uma ligação, onde a ultima frase foi "não dá mais, não me procure". era sempre assim, as mesmas frases sempre. "você é louco, não da mais!", "você é um caso perdido", "eu gosto muito de você, mas nessas situações, eu não consigo" Ninguém entendia o que se passava aqui dentro. Todas iam embora da mesma forma. certa vez, alguém me disse que nunca iria se afastar e que me queria por perto o tempo todo. Esta foi a primeira pessoa que eu nunca mais vi na minha vida. Outra, vira e mexe, aparece por aqui, da uma passeada, tira um sarro da minha cara e vai embora. Talvez essa seja importante, por que sempre me salva. Desta vez ela apareceu, diferente mais apareceu. Como eu disse, estava sentado a beira do prédio, olhando para o nada, olhando para dentro de mim. duas garrafas vazias do lado, alguns maços de cigarro. a ideia era ficar ali, tão b...

sobre uma festa

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23:59 Estou de frente ao espelho, olhando fixamente para minha imagem refletida. Como eu vim para nesta festa? Ao meu lado, dentro do banheiro, há um casal, se beijando freneticamente. Eles não me viram, ou não se importam com a minha presença. Ambos namoram, mas não entre sí. Ele tem uma aliança de prata, fina e quase imperceptivel no dedo. Ela, tem uma aliança de aço inox um pouco mais larga. Com certeza não são um casal de namorados. Continuo fixamente me olhando no espelho. Meu cabelo desarrumado, minha barba por fazer. Uma dor forte e aguda em meu peito segue desde que eu me lembro. Mas eu não me lembro de muita coisa.  Será que botaram algo na minha bebida? Meu reflexo sorri para mim, mas... ... eu não estou sorrindo para ele. Primeiramente, me lembro de estar em casa. Acabava de desligar o telefone, talvez a pior ligação da minha vida. Ela me disse para esquecer que ela existe. Sentei próximo a janela, acendi um cigarro. Exatamente quatro tragadas depois, a camp...

sobre uma porta.

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para todos existem barreiras e mais barreiras na vida a minha é aquela maldita porta. o que havia naquela naquela porta de tão instigante? havia um dos maiores tesouros que eu já havia encontrado em toda minha vida. eu estou sentado em frente a porta. um cigarro na mão, uma garrafa em cima da mesa do apartamento vazio. o vazio em mim, o desejo. tudo se funde com o nada e me transborda. o nada me transborda,  enquanto a porta, protege de mim, aquilo que eu mais quero. ou será que ela protege o tal tesouro de mim? o nada transborda, ainda. seguido da confusão e do desejo de tê-la em meus braços. o medo, a alegria, a angústia tudo torna-se nada e transborda  enquanto aquela maldita porta,  continua fechada. mesmo desviando entre os diferentes caminhos que crio dentro do apartamento, tudo me leva a porta.  tudo me faz encarar a porta que por um segundo se abre. eu espio, vejo meu tesouro,  ele sorri, ...

sobre buscar respostas.

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todos buscamos por respostas durante a  merda da nossa vida toda alguns mais que outros, é claro.  normalmente,  buscamos respostas pra perguntas em que,  dependemos de respostas internas, e estas,  demoram demais pra surgir por culpa nossa mesmo. e essas perguntas que não são respondidas nos deixam loucos,  ou quase, pelo menos. mas eu não estou falando dessas perguntas,  falo daquelas que necessitam de uma resposta externa ou que dependa de alguém. como aquela de 31 horas, que eu te falei da outra vez, lembra? qualquer perguta deve ser respondida, de qualquer forma. boa ou ruim. o silêncio em alguns casos, é horrível em outros necessário. e em muitos outros,  obriga que pensamos nas piores respostas talvez eu devesse responder mais,  ou as vezes penso em não perguntar. mas como não perguntar se       n a minha cabeça fervilha milhões de perguntas? nessas horas, acendo um cigarro olho o...

uma história de dois.

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Era mais uma manhã no hospital, quando o novo diretor chegou e quis conhecer todo o prédio. Estávamos em uma cidade pequena do interior, nada era muito desconhecido por aqui. Desde as pessoas, até a comunidade política e a elite, eram todos conhecidos. Andávamos pelo prédio, enquanto eu, o atual vice-diretor e antigo chefe dos médicos apresentava todos os setores de tratamento de enfermos. Caminhávamos pelo corredor dos acidentes graves, e já havíamos passado por vários outros, como o setor de queimados, fraturas, pediátrico e geriátrico. Seguíamos por um corredor comprido e com alguns problemas de iluminação, que eram ignorados pelo atual diretor. Uma placa, bem acima da nossa cabeça, indicava o setor de doentes psicológicos. - Não sabia que tínhamos um manicômio anexado ao prédio do hospital. – Disse ele. - É um prédio antigo, que ficou anexado por estarmos em uma cidade pequena, talvez esse setor não seja um problema para o senhor. Normalmente é onde temos menos problemas. ...

devaneios.

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31 horas,  esse foi o tempo que eu esperei por uma resposta antes de, finalmente, desistir.  Eu sempre falo em desistir e desistir, mas ninguém nunca me viu desistir. talvez por que eu fale demais sobre isso, ou talvez por que eu fale e não faça. maldita geraçao do fala mais do que faz. essa é a primeira vez que eu realmente desisto. e isso dói. espero não ter que desistir outras vezes. as vozes na minha cabeça e um certo           sentimento no meu coração dizem: " não faça isso, você vai se arrepender " tenho acreditado que não. diante total falta de interesse em assuntos especificos,  tenho desistido de tudo e todos. tenho me cercado de sentimentos que são dificeis de controlar, tenho me visto em meio a pessoas que pouco se importam. não tenho mais psicológico. tenho odiado e amado na mesma intensidade. ou talvez odiado mais do que amado. e as dores que queimavam meu peito com sentimentos bons,  hoje inflamam...

Sobre um dia desses, e um sentimento desses.

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Era quinta, ou sexta, ou poderia ser até sábado. Eu não sei muito bem mais que dia é. Já passava das 17 horas quando eu resolvi sair de casa pra tentar deixar tudo aquilo que estava na minha cabeça na primeira lata de lixo que eu visse pela rua. O dia estava nublado, e chuviscava um pouco também. E como sempre, eu não tinha um guarda-chuvas. Vai que começa a chover, fodeu. Sai de casa e decidi que andaria sem rumo. Peguei o que restava dos cigarros e uma caixa de fósforos, botei uma blusa, boné e coloquei os fones de ouvido. Muitas coisas estavam na minha cabeça e nada estava na minha cabeça ao mesmo tempo. Eu conseguia sentir todos os sentimentos do mundo, desde amor, paz até ódio, medo, rancor, tudo ao mesmo tempo. Caminhei por umas quatro quadras e a chuva apertou um pouco, avistei um lugar aberto, era um boteco, entrei. Fui até o balcão, sentei e esperei o dono do bar me atender. - E aí mano, como cê tá? Ao ouvir a voz, olhei estranhando a forma como o dono do bar se diri...

sobre um encontro

É uma noite chuvosa, e enquanto os pingos de chuva marcam a janela, vou eu, sentado sozinho na cozinha, numa cadeira, em meio a todo espaço vazio do apartamento, tragando um cigarro.   Minha cabeça está uma bagunça, é sempre assim quando ela se vai. Ela não se foi pra sempre, eu sei. Mas a cada saída e a distância deixam minha cabeça confusa. Entre um trago e outro, busco o copo cheio, dou um gole, o estômago vazio recebe como uma bordoada, foda-se. A fumaça sobe, enquanto naquele espaço vazio que chamo de casa, o tudo se transforma em nada e o nada invade meu corpo. Tudo o que tenho agora, é a lembrança da noite passada, e dos momentos antes de ela partir. O apartamento não é dos maiores, e nem tem muitas coisas, mas tem o básico para que eu possa viver normalmente e muitos livros. Sim, muitos livros. As estantes cheias de livros dão um ar de espaço cheio. Na sala, um pequeno sofá, uma tv e mais nada. A cozinha, um fogão e um micro-ondas, uma pia e uma geladeira. O quarto,...