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Mostrando postagens de 2019

Adeus.

Era fim de domingo quando meu celular vibrou pela segunda vez em 2 minutos. Olhei de longe, mensagens. Mas quem seria? Há algum tempo não saio de casa. Pego o celular, desbloqueio. - oi - ela diz - tudo bem?. - oi, tudo e você? - respondo - estou bem. precisava falar com você, faz tempo que não nos vemos. - aconteceu algo? - não, não aconteceu nada, eu só preciso desabafar algumas coisas. estou num novo ciclo da minha vida. encerrando algumas coisas e precisava falar com você antes disso. - hmm, pode dizer. - você se lembra que eu gostava demais de você, mas você resolveu ser como seus amigos e me deixou muito chateada. eu sempre esperava muito de você e hoje tenho uma visão totalmente diferente de você. você é igual a todos eles. assim como todos aqueles que me fizeram algum mal. - hmm, era isso? - sim, sei que você não é uma má pessoa, só preciso ver você como eu imagino. algumas coisas da vida te fizeram ter atitudes que eu sei que não são suas, me...

Vida!

Eu demorei muito tempo para conseguir começar a entender algumas coisas, mesmo com muitos amigos dizendo que eu estava, novamente, errado continuei insistindo no que eu queria. Já faziam alguns anos que eu parti da casa de minha mãe e fui para o outro extremo da cidade. Poucos me conheciam ali, era uma chance de começar algo novo, e em meio esse algo novo, conhecer novas pessoas. Devo admitir que não sou bom nisso, mas sempre tentei criar alguns vínculos. Em minha vida, tive algumas grandes paixões, a maioria delas não ficou ao meu lado. Todas estão felizes com seus respectivos parceiros/parceiras ou sozinhos (as). Eu percebi que tinha o costume de melhorar a vida dos outros, amorosamente falando. Todas as moças e rapazes com quem me relacionei, uma hora ou outra encontravam o par perfeito, ou não queriam abrir mão daquilo que haviam conquistado para embarcar em uma loucura amorosa. Por algum tempo eu entendi isso como algo ruim, porém, hoje, vejo que talvez isso tenha tido um ce...

Sobre se desapontar.

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Era tarde quando tudo aconteceu e nada mais do que eu pensasse ou falasse mudaria qualquer coisa que havia acontecido. Peguei meus fones de ouvido, conectei com o celular, a música já estava alta. Ótimo, preciso sufocar os pensamentos.  Naturalmente, todos nós criamos uma certa expectativa em ver as pessoas bem, em ver as pessoas felizes. Mesmo que elas não sejam felizes, esperamos que alguém que gostemos muito esteja bem. Seja um "bem" triste ou feliz. Eu mesmo quase nunca estou feliz, mas não por não gostar da vida ou por estar com qualquer tipo de depressão. Eu simplesmente não sou das pessoas que estão felizes o tempo todo, ou que sempre dão um jeito de ser grato por tudo. Mas se a pessoa for feliz, ok. Contanto que não seja uma falsa impressão ou que ela esteja omitindo qualquer coisa. Com meus fones, caminhei pela calçada da avenida enquanto tentava sufocar meus pensamento com música. O que não foi possível.  Sempre que me desaponto, como foi dessa vez,...

Que bom que você voltou!

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Precisavamos mesmo conversar, que bom que você não se foi. Há coisas que você precisa saber. Coisas que são duras demais para qualquer um saber, então, seja forte. Sente-se e olhe nos meus olhos. Primeiro, esqueça tudo o que está pensando. Esvazie sua mente. Solte o celular em cima da mesa, a mensagem nunca vai chegar, vá viver o que você precisa viver e esqueça a mensagem. Antes de mais nada, não confie em ninguém. Ninguém mesmo. De novo, nunca espere a mensagem. Nunca espere a festa surpresa. Nunca espere nada de ninguém. Abra seus olhos e veja. Você sabe a diferença entre olhar e ver. Abra seus olhos e veja. Nunca mudou, nunca vai mudar, é apenas mais tempo gasto com nervosismo e desilusão! Se puder, ajude. Sempre que for necessário, uma, duas, três vezes. Mas não seja bobo. Algumas pessoas querem ajuda, outras querem atenção. Você vai saber quem quer atenção. Não desista de si mesmo, olhe lá pro fundo do seu coração. Não diga que você nunca vai mudar, por que você vai...

Monólogo

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[ É uma sala escura, há um sofá, uma cadeira e uma lampada sobre um criado mudo, nada mais que isso] Ele entra. Olá, você veio hoje. Talvez amanhã não nos encontrássemos com tanta facilidade, devo dizer a você que as coisas estão cada dia melhores aqui! Sim, sim, estão melhores a ponto de eu desistir de toda noção das coisas materiais e físicas. Mas antes de conversarmos, aceita algo para beber? Algo para fumar? Tenho tabaco também, caso prefira eles ao cigarro. [Ele caminha um pouco em círculos, pega a cerveja que estava no criado mudo, acende um cigarro.] Vamos lá, quero lhe contar as novidades, antes da minha partida. Claro, sabes que vou viajar, não é? É muito provável que eu não volte cá por estas bandas por um bom tempo, por isso pedi para que viesse hoje. Quero atualiza-lo de tudo o que aconteceu nestes dias em que você foi até a casa de sua enamorada. [Ele ri] Digamos que eu finalmente compreendi minha maior teoria, a teoria do Desistir! Vamos, você já deve estar cansado...

Desistir

Era mais uma segunda-feira e eu estava perdido pelas ruas da cidade. Caminhava próximo a linha do trem enquanto fumava um cigarro.  Seguia em busca do bar mais próximo. Nunca foi tão difícil ficar três noites acordado, a idade chega e não tem muito o que fazer. Caminhava pelo submundo da cidade. Aquela hora e naquele lugar só viviam todos aqueles que, de alguma forma, eram menosprezados pela sociedade. Eu estava lá por que estava perdido. Por que desistira de tudo e de todos. Naquela ruazinha, caminhando entre bêbados e adictos, haviam prostitutas. Mulheres, homens, mulheres e homens trans, travestis. Infelizmente, muitos ainda recorriam a isto para sobreviver.  "Quem vai empregar uma travesti numa loja não é mesmo? Mancharia o nome da loja, com certeza." Pff!.  Grandes bobagens que se ouve entre um passo e outro pelos corredores da sociedade. Havia alguém ali, que de alguma forma se importava comigo. Não sei o por que, nem como ela havia reparado em mim....

Quarta-Feira

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 Hoje era mais um daqueles dias em que eu não queria ter acordado. Em plena quarta feira, nada dando certo e eu ainda precisava arrumar um jeito de pagar o aluguel. Por incrível que pareça, eu estava acordando próximo as 18 horas. Estava vivendo como freelancer numa empresa enquanto trabalhava em casa, e assim, eu poderia escolher o melhor horário pra trabalhar. Sou mais produtivo a noite, então, normalmente trabalho a noite.  Mas as preocupações só tem aumentado, nada da certo, o freela não da uma grana que eu consiga me sustentar e, acabo de finalizar um pedaço da minha vida em que eu não sei muito bem como lidar.  Sempre que me sinto assim, ligo a TV, pego uma cerveja e um maço de cigarros e fico aqui, como se o tempo não importasse mais, como se nada mais fizesse um sentido.  Todo dia que eu fico assim, de verdade, toda vez, ele aparece e conversa comigo. Talvez muitos não saibam, mas eu tenho um grande amigo, ele é um cara boa pinta, bonito e inteli...

Sobre ir, as vezes.

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Ontem eu fui a mesma padaria de sempre.  As mesmas pessoas de sempre estavam lá, mas dessa vez não perguntaram de você. Disseram que eu havia sumido e que não me viam mais pelas ruas do bairro. Sorri. " Eu tô sempre por aqui, foi a senhora que não viu " Ela sabia que era uma mentirinha, mas aceitou a resposta. Voltei pra casa pensando em quanto tempo fazia que eu não saía na rua. Pensei no caminho pra casa, enquanto tragava meu cigarro. Entrei, fechei a porta, pus os pães na cozinha e me sentei no sofá da sala. "Quanto tempo faz que eu não saio daqui?" e depois de pensar um pouco, compreendi tudo o que acontecia. Por mais que algumas pessoas pensem que eu tenho buscado encontrar aqueles que se importem ou coisa do tipo, estes estão errados.  Também não resolvi não atrapalhar mais, pelo contrário, tenho atrapalhado muito mais agora. a verdade é que olhei pra dentro.  respirei e me afundei, novamente, em livros. tenho devorado livros mais do...

Ontem

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Ontem fui a padaria, como sempre vou de manhã. Aquela senhorinha que mora no 102 perguntou de você, se estava bem e disse que não a via já tinha algum tempo. Respondi que você estava bem, aliás, era sempre isso que eu dizia quando perguntavam de você desde a última vez que nos falamos, há uns seis ou sete anos mais ou menos. Ainda me lembro que você disse que estava bem pra sempre, ou seja, eu não deveria mais me preocupar.  Esse foi o motivo pelo qual eu fugi, e o motivo pelo qual eu sempre fujo. Conversamos um pouco, ela disse que eu era um bom rapaz, mas que deveria me cuidar mais, não desperdiçar minha vida assim. Juro que não entendi o que ela quis dizer, mas por que não prestei atenção mesmo. Ainda estava pensando em:  "Por que eu fugi?" Não tinha uma resposta. Talvez eu nunca tenha essa resposta. Talvez, e só talvez, eu tenha ido pra não machucar mais ninguém. Para não ferir mais ninguém com tudo aquilo que eu nunca vou ser. Peço aos deuses que estejam t...

Voltar

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Era cerca de 3 horas da manhã de uma terça-feira comum, quando me sentei na cozinha com uma garrafa. Enquanto eu olhava pra ela, e ela me olhava, várias coisas passavam pela minha cabeça. Desde as minhas partidas, partidas de outras pessoas, mudanças, medos. Tudo se passava por aqueles cinquenta centimetros de olhares. Me lembro apenas de pegar o cigarro quando ele se sentou a minha frente, sorrindo, como sempre. - Como você está hoje? Não era pra estar dormindo? - Ah, to indo. E sim, eu deveria estar dormindo. - E tá fazendo o que aqui? Aliás, me da um gole aí. A garganta tá bem seca. Fui até o armário, peguei os copos americanos, exatamente aquele copo americano que foi inventado aqui no Brasil, peguei dois, voltei calmamente. Vi que ele usava uma roupa parecida com a minha. Camisa regata, bermuda preta, o boné virado pra trás. Ele ainda me olhava sorrindo. Servi. - Então - ele disse - você deveria estar dormindo, logo logo vai ter que trabalhar, não é? - Pois é, os...

sobre um livro

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Ainda me lembro do dia em que ela saiu por aquela porta sem dizer uma palavra. Ou melhor, sem dizer uma palavra e sem nem olhar pra trás.  Aquilo me disse muito de uma só vez. Aquilo foi o adeus silencioso mais doloroso que eu havia recebido em toda a minha vida. Todos se vão e mesmo que eu ainda guarde um pouco de cada um que passou por mim nesses vinte anos de vida, eu não consigo superar aquele adeus. Naquela mesma manhã, ela havia chegado feliz, com um livro nos braços dizendo que era meu. Uma semana antes, ela me pedira um livro emprestado, logo após eu contar a história de como meus avós se casaram por causa de um livro. - Uma vez, minha avó, que já conhecia meu avô da escola, disse que gostaria muito de ler uma obra que se chama "Dom Quixote de la Mancha" é um livro de Miguel de Cervantes. - Todo mundo já ouviu falar de Dom Quixote - ela me enterrompeu. - Pois bem, meu avô, disse que usava sempre um marca textos dentro do livro, e que era pra que ela o mantives...

Amanhã.

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Aquela manhã, eu tinha certeza de que algo de bom iria acontecer na vida de muita gente.  Acordei, me arrastei da cama pro banheiro. Escovei os dentes. Lavei o rosto. Olhei pra mim mesmo no espelho e fiquei pensando em 163 formas de dizer que não me odiava e então disse: - eu te odeio. Saí pro trabalho. Caminhando pela rua, bastante movimentada as 6:20 da manhã. Passei em frente a padaria, comprei um pão na chapa, tomei um café. Comprei mais um maço de cigarros e saí em direção ao trabalho. Caminhei alguns quarteirões até chegar no escritório. Sentei na minha mesa e mais uma vez, como todas as outras 365 vezes no ano, respondi que estava tudo bem para todas as 18 pessoas que me perguntavam como eu estava após um bom dia. Coloquei os fones de ouvido, deixei o celular tocar as músicas aleatóriamente. Me lembrei de como gostava de tocar guitarra e como isso me divertia.  Planilhas e mais planilhas. Excel. Photoshop. InDesign. Mais um dia caminhava para o fim....

seguir.

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Eu caminhava por uma rua deserta, um dia desses da semana, nem sei qual dia era. Era noite e estava ventando. Eu caminhava sozinho, apenas com meus pensamentos e mais uma decepção. O vento era gelado era como se cortasse a pele aos pouquinhos. Por sorte tinha a barba que ajudava a aquecer um pouco. Apenas uma bluas de moletom não estava sendo o suficiente para todo o frio que fazia ali. Pelo caminho, passei em frente ao bar do seu Zé. Ele era um velho conhecido que sabia muita coisa sobre mim. Entrei, ele já veio com um sorriso no rosto. - Salve meu querido, vai o de sempre hoje? - Opa seu Zé, hoje eu vou querer algo diferente. Um maço de cigarros e uma garrafa daquele seu licor, aquele que você me serviu uma vez, lembra? - Claro, eu falei que você ia gostar não falei? - Pois é, falou mesmo! Enquanto ele buscava a garrafa, olhei mais uma vez para o celular, para confirmar que havia visto tudo corretamente. Confirmado. - Tá aqui, o cigarro e a garrafa! - Obrigado Seu Zé, pod...

Sozinho.

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Eu me lembro do dia em que entrei por aquela porta, sentei de frente comigo mesmo, segurei minha mão e falei comigo mesmo: "a gente precisa conversar." Era quarta-feira e nada acontecia. O Vazio tomava conta do apartamento todo. Tudo o que eu tinha eram cigarros, algumas garrafas vazias e um vazio que transbordava o peito. Ela sempre chegava de mansinho e sentava-se com uma cerveja ao meu lado. Oferecia um cigarro, dizia como tinha sido seu dia. Mas ela havia ido embora. Me lembro do domingo a noite, quando depois de uma discussão, ela jogou uma garrafa de whiskey 12 anos em cima de mim. Por sorte ela era ruim de mira e a garrafa explodiu a parede. Haviamos discutido por alguma besteira qualquer. Eu não estava bem, minha vida já não tinha sentido e tudo a minha volta era cinza. Ela se divertia e via a vida com cores e com muita vida. Eramos opostos um do outro. Mas aquela foi a primeira vez que a vi brava, bom, e a última também. Aquilo nunca mais passaria. O vazio...

dias cinzas.

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Tenho pensado a quase duas semanas em como faria para começar esse texto sem demonstrar que eu havia desistido da vida ou qualquer coisa parecida a isso. Então, depois de muito pensar eu finalmente começo com um: Hoje eu desisti de tudo, de novo. Hoje, foi um daqueles dias em quevocê não quer acordar, talvez por que fez alguma merda ou alguma coisa do tipo. Ou por que você já desistiu de si mesmo. Já tem algumas semanas que eu resolvi que não iria mais me importar tanto com certas coisas, pessoas, futuro (principalmente com o meu) e tudo isso que deixa a gente bem triste no nosso dia-a-dia. Me lembro de acordar aquela manhã, olhar bem pro lado de fora da janela, ver aquele dia ensolarado brilhante e pensar: - Foda-se. É Segunda-Feira, ela foi embora e não vai mais voltar. Me levantei sonolento, caminhei até o banheiro, ainda tropeçando nas cadeiras e numas garrafas que estavam no chão. Olhei para a cozinha e tinha certeza de ter visto ela ali, usando minha camisa vermelha e sor...